segunda-feira, 24 de março de 2014

DESMERCANTILIZAÇÃO DO SISTEMA: O que realmente representa a LICITAÇÃO!

Quem ganha e quem perde com as tarifas?

O transporte em Natal não é, nem nunca foi público, ele segue uma logica de mercado, onde os empresários do setor de transporte privado ($ETURN) que operam o sistema buscam a custo do nosso desconforto obter cada vez mais lucros. Essa realidade é visível, basta olharmos os atuais veículos que são utilizados pelas empresas, uma boa parte estão velhos, totalmente entregues as baratas, que sempre demoram muito para passar, e normalmente abarrotados de pessoas, que são transportadas como verdadeiros “rebanhos” de um lado para o outro da cidade. 

Pois bem, esse descaso, que alguns encaram como se o sistema fôsse “desorganizado” e por isso não atende a demanda da população, e que bastaria alguns “reajustes” para ele funcionar, na verdade é fruto de uma lógica brutal implementada não só em Natal, mais em todo o Brasil, que de forma muito bem articulada e organizada pelos empresários, funciona na seguinte lógica “quanto menos gastos com a melhoria do sistema, mais lucros”, ou seja, quanto mais pessoas transportadas em um único veiculo, melhor para os donos dos ônibus, ficando claro que, enquanto o transporte for operacionalizado por empresas privadas, sempre estará em jogo essa dicotomia entre, os interesses da população e a sede insaciável de lucro dos empresários.


Romper com essa logica desumana, passa por discutir a desmercantilização do sistema de transporte implementando a TARIFA ZERO para todxs, entendendo que esse por se tratar de um direito essencial ao funcionamento de todo o conjunto da cidade, não pode ser um produto, nem muito menos gerar riquezas para uma pequena minoria, que se aproveita da conivência dos setores públicos, para operarem a sua maneira um serviço tão importante como o transporte.


Essa lógica mercantil dos transportes nos dias atuais têm servido para garantir um verdadeiro processo de exclusão social, pois, com o crescimento descontrolado das cidades, o acesso a outros direitos básicos como saúde, educação, cultura, lazer e etc. dependem cada vez mais da nossa locomoção, e por isso, nos obriga a sermos reféns das tarifas, ou de aderirmos à outra logica também mercantil e muito nociva, que é a aquisição do carro para “resolver” o nosso problema de locomoção. O que na verdade não acontece.


As catracas historicamente têm servido como verdadeiras barreiras sociais que limitam, ou até mesmo impedem, aqueles que constroem as cidades de usufruir de toda sua estrutura, pois, a limitação de termos que ter dinheiro para pagar as passagens, automaticamente nos elimina do acesso à cidade quando não tivermos condições de pagar, construindo uma verdadeira bola de neve de exclusão, pois, se entendermos que o transporte hoje, deveria nos garantir acesso a outros direitos, a impossibilidade de utiliza-lo por não termos recursos suficientes para pagar as altas tarifas, nos exclui automaticamente do acesso aos outros direitos.

#LicitaçãoNão
#VuadoraNaCatraca

#PorUmaVidaSemCatracas
#TarifaZeroJÁ

   
Texto disponível no jornal Vuadora na Catraca

segunda-feira, 17 de março de 2014

Acerca do impasse: SETURN x SITOPARN x PREFEITURA, pulemos a cerca!


Observamos historicamente em nossa cidade, um total domínio do Sindicato dos Empresários de Ônibus - $ETURN – quando se trata do debate e gerenciamento do transporte que deveria ser público. É comum observamos em Natal, um sistema totalmente falido e que a cada ano segue uma linha de aumentar os lucros dos patrões, em detrimento do sofrimento dos trabalhadorxs e usuários do sistema.
Contrapartida, observamos por parte do poder público um processo de total conivência com essa pratica, quando vemos o prefeito da cidade, junto com a câmara municipal, e o poder judiciário tentarem aprovar uma licitação que só serve para manter os mesmo empresários que ai está a mais de 15anos, ou seja, o $ETURN.
É comum observamos essa aliança nas diversas tentativas de aumentar as tarifas sem alterar ao menos a qualidade, ou quando os empresários retiram linhas, reduzem frota, unificam itinerários, demitem cobradores, e nada é feito por parte dos entes públicos para reverter a situação, pelo contrario, é quase que “normal” vermos a secretaria de mobilidade urbana, compactuar e se unir aos empresários para justificar esses ataques, como se os empresários fossem os “coitadinhos” e a população os “vilões”.
Atualmente esse conflito vem se dando no descumprimento da Lei que unifica o cartão de passagem para todo sistema de transporte, colocando os transportes alternativos, que se organizam através do Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional de Passageiros do Rio Grande do Norte (Sitoparn), e os empresários do $ETURN, em condições “iguais” de prestação de serviço, bem como, a retirada do controle politico do sistema de transporte e das vendas de passagens das mãos dos tubarões, repassando-as para prefeitura, o que previamente já foi impossibilitado pela a mesma, que alega não ter condições de operar o sistema, assim mantendo os “lobos” (os empresários - $ETURN), tomando conta das “ovelhas” (o sistema de transporte).
Diante de toda essa problemática, percebemos como é necessária a articulação dos trabalhadorxs e usuárixs – os mais interessados em ter um sistema digno e humano, que de fato garanta o acesso à cidade - onde o transporte seja realmente público, sem exclusão, com a aplicação da tarifa-zero para todxs, pondo fim a lógica mercantil do transporte coletivo, anulando de uma vez por todas os parasitas capitalistas que vampirizam o povo, para garantir seus lucros. Consequentemente assumindo o controle do sistema de transporte coletivo, para que as demandas populares sejam plenamente atendidas.


#VuadoraNasCatracas #ForaSETURN #TarifaZeroJá

sábado, 15 de março de 2014

COPA PRA QUEM? Onde esta a mobilidade urbana e o desenvolvimento das cidade?



Cerca de 121milhões (61% dos brasileirxs) de pessoas no Brasil usam o transporte público como meio de locomoção, dessas, 95milhões (42% da população) o fazem diariamente no percurso casa trabalho, casa escola. Utilizar o ônibus chega a ser imprescindível para quem deseja locomover-se, ou seja, o transporte público estaá diretamente ligado ao livre exercício do direito de ir e vir nas cidades. Ou melhor, seria. As tarifas de ônibus (R$2,20 em Natal/RN) impossibilitam muitas vezes o direito de usufruir da cidade - Meu dinheiro não cresce em árvore, R$2,20 todo dia complica! Dai surge a necessidade de um transporte que seja realmente público e de qualidade para todxs.
Manifestações pela redução das tarifas e em defesa da TARIFA ZERO eclodiram por todo o país, virando essa, a principal pauta depois da revogação dos aumentos abusivos de 2013, que aconteceram em várias cidades do Brasil, onde os governantes apoiam os grandes empresários de ônibus contra o direito de um transporte público, 28 bilhões de reais são investidos nas obras da copa do mundo 2014, muito acima dos gastos do mesmo evento realizado no Japão, em 2002 e na Alemanha, em 2006. Deixando assim claramente em dúvida quais são as prioridades dos nossos governantes. Segundo o Governo Federal, grande parte do dinheiro foi investido em mobilidade urbana e construção/revitalizações de vias, que só se “realizaram” para ajudar o espectador da Copa do mundo a chegar adequadamente nos estádios, e depois voltar tranquilamente para os seus hotéis caros, se locomoverem até os aeroportos, e desfrutar de suas férias, por enquanto para nos, os natalenses, sobra um transito caótico, ônibus sucateados, redução de linhas, e muito pouco para se comemorar.  
Apontar os gastos exorbitantes como o único problema relacionado às obras de mobilidade urbana que não atendem a demanda da população e sim da FIFA e dos turistas que deverão vir ao país durante a Copa, seria esquecer das milhares de famílias pelo Brasil que estão sendo desapropriadas de maneira arbitrária e indevida, inclusive aqui em Natal como fizeram na Mor Gouveia e em breve pretendem realizar na Av. Moema Tinoco, na zona norte. Nem as áreas de proteção ambiental ficarão ilesas depois das obras do pró-transporte: O Parque das Dunas na Roberto Freire terá uma porção da sua área destruída para dar vez ao asfalto, assim como também uma parte do mangue da redinha.
 Dentro desse contexto da copa, a especulação imobiliária aumenta e expulsa os trabalhadores de baixa renda do centro urbano, que residem próximo de seus locais de trabalho, convívio, etc. levando-os às periferias que são totalmente desassistidas pelo governo e prejudicada quanto à questão do acesso e do direito a cidade, a ausência de uma politica de mobilidade urbana tem restringindo o acesso dos natalenses a sua própria cidade, culminando com a total exclusão e a impossibilidade do direito de ir e vir aos cidadãos que possuem condições financeiras baixas, excluindo cada vez mais os pobres de seus direitos, mas se não há direitos, teremos muita luta, por isso nos questionamos: Copa para quem? Onde estão os recursos da mobilidade? Se existiu 28 bilhões para obras que não saíram do papel, por que eles dizem ser impossível implementar a TARIFA ZERO?
Assim, ficamos com o questionamento: como se pode pensar uma cidade mais acessível sem um transporte que seja realmente publico e acessível a todxs? Como pensar em um desenvolvimento humano e social sem vias de acesso a cadeirantes e pessoas com deficiência motora? Onde estão as ciclos vias que cumprem um papel fundamental no desafogamento do transito e do próprio transporte publico, estimulando praticas mais saudáveis de locomoção? Onde estão as calçadas, para garantir aos pedestres um caminhar seguro? E os conselhos populares formados por usuárixs e trabalhadorxs, para definirem as demandas dos bairros e da utilização do transporte?
Até que essas demandas sejam atendidas, e a nossa cidade tenha uma verdadeira revolução em seu sistema de mobilidade urbana, garantindo a todxs o livre acesso ao direito de ir e vir, continuaremos lutando, convictos de que se a organização popular, nas ruas, é a verdadeira ferramenta capaz de trazer as conquistas que tanto sonhamos. 

Texto disponível no jornal Vuadora na Catraca

quinta-feira, 13 de março de 2014

VUADORA NA CATRACA

Jornal informativo produzido pelo coletivo do Movimento Passe Livre Natal, com o objetivo de divulgar, difundir e fortalecer a luta por uma vida sem catracas.

Esta edição é online, para viabilizarmos a produção impressa precisamos da contribuição dxs que acreditam nesta luta.

Entrem em contato através do e-mail: mplnatal@riseup.net
Ou mandem inbox para a página do facebook: https://www.facebook.com/MovimentoPasselivreNatal?fref=ts

#VuadoraNaCatraca
#PorUmaVidaSemCatracas
#TarifaZeroJÁ





                                                
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